Capítulo B-10, págs. 61 e 62, o livro O Reino Divino, de Norberto Keppe
Temos de resgatar nosso planeta para o bem, desde que ele foi invadido pelos delinquentes: bandidos, criminosos, especuladores e mentirosos.
Cliente: – Parece que nossa função com seu trabalho trilógico é idêntica à dos Cruzados.
Psicanalista: – O que, por exemplo?
Cliente: – Os Cruzados queriam libertar Jerusalém, e nós o mundo todo, para o bem.
Se vivemos no universo divino, por que aceitamos o predomínio do mal, que constitui aberração em nossa existência — principalmente pelo fato de nos trazer enorme desprazer?
Cliente: – Se os seres maléficos pegaram nosso mundo para eles, parece que não somos obrigados a apoiá-los.
Psicanalista: – O que pensa em fazer?
Cliente: – Recuperá-lo para nós, que temos verdadeiramente o direito de tê-lo.
Parece que teremos de realizar uma grande campanha para recuperar o que é nosso, e fomos subtraídos pelos seres inimigos, humanos e espirituais — não temos obrigação de continuar assim, sofrendo em suas mãos.
Cliente: – Acredito que vivemos em uma sociedade que não tem nada a ver conosco.
Psicanalista: – Como assim?
Cliente: – Metade do que eu faço e ganho tenho que entregar ao país, e tenho ainda que aprender nas escolas só o que interessa aos poderes maléficos, e assim tudo na vida.
Notem que esse cliente manifestou a ideia de que não vivemos de acordo com nossa essência, que é o bem, a verdade e a beleza — porém, somos obrigados a viver na mentira, na torpeza, praticamente no mal.
Cliente: – O professor afirmou que a verdade é relativa: o que é bom para ele, pode ser mau para os outros.
Psicanalista: – E o que o sr. respondeu?
Cliente: – Se é assim, por que não bebemos água envenenada, comida estragada — mas ele não teve resposta.
Como o ditado popular fala: «a verdade é uma só» — de maneira que toda pessoa que não estiver de acordo com ela, estará na mentira e falsidade, o que acontece com 90% da humanidade.
Cliente: – Se esse conceito dos universais for entendido pelo povo, todas as instituições e escolas terão de mudar.
Psicanalista: – O que, por exemplo?
Cliente: – Essa questão da ressonância que é o fundamento de tudo, irá mostrar que todas as coisas obedecem às mesmas leis, sendo a ética sua principal base.
O ser humano em sua essência viverá para sempre, porque é eterno — ou melhor, ele só poderá viver realmente no perene, sentindo-se mal quando for obrigado a permanecer nos elementos contingentes.
Cliente: – Dr. Keppe, o sr. fala que o ser humano é eterno, mas ele pode ser assim tanto no bem como no mal?
Psicanalista: – Não, ele só poderá viver no bem.
Muitas pessoas se perguntam: será que o inferno não seria eterno? A verdade é que tudo o que existe por si é divino, e o que denominamos de inferno se trata de uma atitude de oposição sem fim ao que é existente — vamos dizer que, nesse caso, o ser humano só pode ter o que poderemos denominar de bem, verdade e beleza.